O POETA, A LUA, E O SONHO
Carmo Vasconcelos
Há como estranho e mago sortilégio
Nesse azulado-argênteo que nos banha;
Na iridescente esfera que emaranha
Em nós as tentações dum amor régio.
Tal uma inundação rara e alquímica
Nosso convés tomasse rente ao íntimo,
Torna ao redor de nós tudo em pó ínfimo,
Pra somente exaltar a lunar mímica!
Ela é que dissemina essa ilusão,
Na sombra projectada contra o chão,
Dos sonhos que em quimeras alto esvoaçam!
Mas, quando oclusa a lua feiticeira,
O poeta sonhador logo se abeira
Dos ígneos raios de sol que já o enlaçam!
***
Lisboa/Portugal
16/Março/2009
In E-Book “ Sonetos Escolhidos III ”
***
http://carmovasconcelosf.spaces.live.com